quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A UMA SÓ VOZ: MÚSICAS DEVEM SERVIR À LITURGIA

“Eu acho que a música litúrgica deve tornar a celebração agradável e possibilitar uma calmaria durante aquele momento de encontro com o Deus vivo. Uma vez eu fui a uma missa tão barulhenta que fiquei logo com dor de cabeça. Até bateria eles usaram. Ouvindo tanto barulho não dá para perceber que Deus está tentando se comunicar conosco”, afirma a professora Maria da Glória Rocha enquanto recorda uma das frases proferidas por Santo Agostinho: “Se queres saber o que cremos, vem ouvir o que cantamos”.

Apesar da quantidade de músicas religiosas, saber discernir sobre os cantos que devem ser utilizados na missa não é uma tarefa tão fácil como parece. Para ser considerada litúrgica a música deve servir à liturgia, respeitando os tempos e os momentos da celebração, a exemplo dos ritos iniciais, aclamação ao Evangelho, ofertório, comunhão e canto final. De acordo com a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, aprovada no Concílio Vaticano II, realizado em 1963, “a música sacra será tanto mais santa quanto mais intimamente estiver ligada à ação litúrgica, quer exprimindo mais suavemente a oração, quer favorecendo a unanimidade, quer, enfim, dando maior solenidade aos ritos sagrados”.

Com a consciência de que numa celebração eucarística o centro é o próprio Jesus Cristo, o gestor de eventos e vocalista da banda católica Alto Louvor, Itamar Santos, foi surpreendido ao participar da missa em uma das paróquias de Salvador. “O Ministério de Música me reconheceu e acabou incluindo uma das músicas da nossa banda. Fiquei completamente sem graça porque as nossas músicas são inadequadas para as missas, já que cantamos em ritmo de pagode”, conta.

Membro do Grupo de Música da Paróquia São João Evangelista, em Mussurunga, Marta Orrico, acredita que os cânticos litúrgicos devem fazer memória e expressar o mistério de Deus. “Os cantos sempre devem possibilitar uma aproximação com Deus. Eles devem ser escolhidos e estar de acordo com o que está sendo celebrado. Na comunhão, por exemplo, deve-se escolher uma música que fale da eucaristia, do Corpo e do Sangue de Cristo”, afirma. Para ela é importante que os músicos se preparem e conheçam as orientações da Igreja sobre os cantos que devem ou não ser utilizados nas missas.

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