segunda-feira, 14 de julho de 2014

COMPREENDENDO O DÍZIMO

A inspiração com que cada um vê ou percebe o dízimo vai atribuir-lhe um significado. Assim, ouve-se que é gesto de amor, de agradecimento, expressão de fé, de solidariedade, de fraternidade, retribuição aos dons e bênçãos de Deus, manifestação de responsabilidade para com a Igreja e o plano de Deus, e outros inúmeros qualificativos que buscam defini-lo.

De fato, o dízimo assume diferentes expressões em razão do que o motiva (por que o oferto?) ou de sua destinação (para que o oferto?). Mas uma palavra enfatiza todas as suas possíveis definições: AMOR. 

Podemos dizer que, para nós cristãos de hoje, o Dízimo é uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como obrigação pessoal – mas também como direito – em relação à manutenção da vida da Igreja local onde vive sua fé. O Dízimo é uma forma concreta de manifestar a fé em Deus providente, um modo de viver a esperança em seu Reino de vida e justiça, um jeito de praticar a caridade na vida em comunidade. É ato de fé, de esperança e de caridade. 

Dizimo, sinônimo de devolução: 
Quando você tem nas mãos algo que não lhe pertence, ao fazer retornar ao dono, você não está pagando, ofertando, nem dando uma esmola. Você está devolvendo. Assim é o Dizimo: DEVOLUÇÃO a Deus, como ação de graças, de uma pequena parcela do muito que Dele recebemos. Se o paroquiano não compreender que o seu dízimo significa devolução, então ele não será verdadeiramente um dizimista. 

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA 
“Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência – diz o Senhor dos exércitos – e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário”. Ml 3,10 

“Cada um dê conforme o impulso de seu coração, não dê de má vontade ou constrangido, pois Deus ama a quem dá com alegria”. II Cor 9,7 

A Bíblia está cheia de referencias sobre o dizimo, as quais devidamente interpretadas nos revelam as promessas e as bênçãos que Deus deseja aos seus filhos. Destacamos a seguir alguns textos bíblicos referentes ao dízimo: 

1. A essência da partilha “foi Deus quem tudo fez, a Ele tudo pertence” (Gn 1,1-31); 
2. As ofertas de Caim e Abel (Gn 4,3-4); 
3. O sacrifício, o dízimo de Noé (Gn 8,20-22); 
4. O dízimo de Abrão (Gn 14,17-22); 
5. O dízimo de Jacó (Gn 28,20-22; Gn 35,1-7.14-15); 
6. As leis: estar em dia, ser fiel a Deus (Ex 22, 28-31); 
7. O dízimo de Moisés – a décima parte (Ex 25,1-9); 
8. A construção do tabernáculo (Ex 35,1-29); 
9. Os dízimos são propriedades do Senhor (Lv 27,30); 
10. O dízimo que passa sob o cajado do pastor “a décima parte” é do Senhor (Lv 27,31-32);
11. A lei acerca das ofertas, a décima parte (Nm 15, 1-4); 
12. A doação das primícias “os primeiros frutos” (Num 15,15-21); 
13. Separar o melhor para Deus - Estipêndio dos Levitas (Nm 18,25-32); 
14. A Lei do Santuário Único - local da doação do dízimo (Dt 12,6-11.14); 
15. O dízimo incorporado à Lei (Dt 14,22-29); 
16. As primícias e o dizimo (Dt 26,12-15); 
17. As ofertas do dizimo – a décima parte (1 Sm 8,15-18); 
18. A bondade da viúva de Sarepta (2 Reis 4, 1-4). 
19. Ação de graças pelas oferendas (1 Cr 29,3-4 – 13-17); 
20. As ofertas do dízimo – fraternidade e partilha (2 Cr 31,1-21); 
21. A manutenção do culto, compromisso do cristão (Ne 10,33-40); 
22. O dízimo de Tobias (Tb 1,6-8); 
23. O Senhor é o bom Pastor, o Senhorio da nossa vida, de tudo (Sal 22,1-6); 
24. Respeito com Deus, às primícias e o dízimo (Eclesiástico 7,31-35); 
25. O dízimo nos leva a caridade, à compaixão com os necessitados (Pv 19,17; Eclesiástico 29,11-16); 
26. Recompensas e bênçãos de Deus (Eclesiástico 35,1-20); 
27. O dízimo e o amor de Deus (Am 4-4); 
28. As promessas, o desafio e as bênçãos de Deus, muito além do necessário (Mal 3,8-12); 
29. Mesmo isento e para não escandalizar, Jesus em sinal de amor e justiça, paga o imposto (Mt 17,23-26); 
30. Jesus não desprezou a prática do dízimo (Mt 23,23). E acrescenta: Isso deve ser feito, mas nunca se despreze o preceito mais importante da lei, ou seja, o amor, a justiça, a misericórdia e fidelidade; 
31. A multiplicação dos pães: “um sinal da partilha” (Lc 9,10-17); 
32. A oferta deve vir com amor (Lc 18,9-14); 
33. A conversão e a prática da justiça (Mt 23,23; Lc 11,42; Lc 19,1-10); 
34. A oferta deve vir do coração (Lc 21,1-4); 
35. Jesus dá exemplo de amor, fidelidade e justiça: “daí a Deus o que é de Deus e a César o que é de César (Lc 20,20-26)”; 
36. Negar o dízimo não enriquecerá ninguém (At 5,1-11; Mt 6,19-23); 
37. Obediência a Deus (At 5,29-33); 
38. Sentido missionário do dízimo nos liberta para a paz (At 6,1-7; I Cor 16,1-3); 
39. Mais bem aventurado é dar, do que receber (At 20,32-35); 
40. O dízimo, a partilha e as primeiras comunidades cristãs (At 2,42-47; At 4,32-35; 1 Tm 6,17-19); 
41. A tarefa de uma comunidade (Rom 7, 18 - Fl 2,13); 
42. Homens e mulheres: fermento do Reino de Deus para a transformação do mundo (2 Cr 8,1-15); 
43. O dízimo deve ser doado com alegria (2 Cor 9.6-12); 
44. O sacerdote deve sobreviver do templo (1 Cor 9,12-14; Lc 10, 7); 
45. Deus é fiel e supre nossas necessidades (Fp 4,19); 
46. O sacerdote é quem deve receber nossos dízimos (Hb 7,5); 
47. O dízimo atende três dimensões da Igreja: Religiosa, Missionária e Social (Tg 2,14-22; Tg 5,1-6); 
48. Os lucros e as perdas da vida (Mt 25,31-46; Ap 20, 12-15); 
49. Buscai em primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão dadas em acréscimo (Mt 6,33). 
50. Somos chamados a ser missionários do Reino de Deus (Mt 28,16-20). 

Se fôssemos arrancar da Bíblia as páginas em que ela fala do Dízimo e das ofertas, teríamos um livro esfarrapado. É impossível ser cristão, sem viver o Dízimo. É impossível viver a Palavra de Deus, sem praticar a oferta do Dízimo. É impossível dizer sim a Deus, quando se diz não ao Dízimo.

FONTE: Arquidiocese de Campo Grande 

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