Já estão abertas as inscrições para o Seminário da Campanha da Fraternidade, que este ano terá como tema “Fraternidade e Tráfico Humano”. O evento acontecerá no Instituto Nossa Senhora do Salette (Barris), no dia 23 de fevereiro, das 7h30 às 17h, e os interessados em participar devem se inscrever livrarias Paulus e Paulinas (até o dia 15 de fevereiro) ou nas sedes da Ação Social Arquidiocesana – ASA e CNBB (até o dia 19 de fevereiro), ambas localizadas na Avenida Leovigildo Filgueiras, 270, Garcia, ou nas livrarias Paulus e Paulinas. A taxa é R$ 12 (com almoço) ou R$ 5 (sem almoço).
De acordo com a articuladora da ASA Sandra Regina Santos, o seminário tem como objetivo animar as lideranças para o trabalho com a CF, bem como potencializar e suscitar reflexões e ações de combate e fortalecimento das iniciativas de enfrentamento ao tráfico humano. “Após o seminário o assunto será desenvolvido nas comunidades paroquiais e nas diversas pastorais com encontros e debates. A ASA indica os nomes de assessores e palestrantes para o tema em questão. A Pastoral do Menor/ASA reflete e debate o tema no Interparoquial e na Semana de Políticas Públicas”, afirma.
O Seminário da Campanha contará com palestras da diretora do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), Jaqueline Leite, da assessora do Comitê de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes do Estado da Bahia (CEDECA), Luciana Reis, do coordenador do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado da Bahia, Admar Júnior, e das representantes da Rede um Grito pela Vida, Irmã Anajá da Silva e Irmã Rosa Elena Dias.
Tráfico de Seres Humanos - O tráfico humano é o terceiro delito cometido no mundo que mais gera recursos, ficando atrás somente do tráfico de armas e de drogas. De uma cidade para outra, centenas de pessoas são transportadas todos os dias com a promessa de uma vida melhor. As quadrilhas, apontadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) como muitas e pequenas, aliciam especialmente mulheres e crianças para a prostituição. Um levantamento da PRF aponta que existem no Brasil 1.800 pontos vulneráveis à exploração sexual, localizados às margens das rodovias.
Além de ser conhecido como “fornecedor” de pessoas devido ao grande número de seres humanos traficados, o Brasil funciona como uma porta aberta por onde entram diariamente centenas de pessoas vítimas de aliciadores. São homens, mulheres, jovens e crianças que, após serem enganados, chegam à cidade pelo aeroporto Luís Eduardo Magalhães ou ainda pela rodoviária de Salvador, com passaportes e documentos falsificados por traficantes. A falta de informação e as diferenças sociais favorecem para que muitas pessoas caiam em redes de escravidão e exploração.
Em entrevista ao Jornal São Salvador, o secretário estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Almiro Sena, afirmou que uma das ações da secretaria é, justamente, o resgate das pessoas traficadas e a reinserção nos laços familiares. “Em todas as discussões se verifica que um dos maiores problemas para a prevenção é a invisibilidade das pessoas para esses casos. O Brasil é um dos grandes ‘fornecedores’ do objeto do tráfico, que é realmente a regressão da espécie, é o mais terrível da existência humana. Esse é o grande desafio, e nós, sociedade civil, temos que estar alertas, temos que divulgar”, afirma.
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