O
papa João Paulo II começa a ser venerado como beato neste mês de maio.
Conhecido como o papa peregrino, ele rodou o mundo para estar com o povo
e só em Salvador foram duas visitas (1980 e 1991). Bairros da capital
baiana como os Alagados e a Mata Escura hoje
têm a história vinculada a figura do pontífice. O arcebispo emérito de
Salvador, o cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo também conviveu com o
papa, não só nas visitas ad limina, mas especialmente entre 1991 e 1999,
quando morou em Roma e foi secretário da Congregação para o Culto
Divino.
O Centro Educacional Artesão da Paz, na Mata Escura
nasceu depois da visita de João Paulo II a Bahia em 1991. Na época, a
Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro já atendia crianças e
adolescentes através da pastoral da criança e da catequese, mas só
depois que o papa esteve em Salvador e doou 180 mil dólares referentes a
um prêmio que ele ganhou é que o trabalho deslanchou. Nasceu a Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão
(Acopamec) e com o dinheiro foi construída a sede que hoje
disponibilizar atividades educacionais de arte cultura para a
comunidade. O espaço conta com biblioteca, teatro, aulas de dança,
dramaturgia, capoeira, cursos profissionalizantes, casas lares, creches e
escolas. São mais de 25 mil jovens e crianças atendidas ao longo destes
20 anos.
Padre Miguel Ramon, presidente da Acopamec, administra a
entidade e transformou os valores do papa João Paulo II na filosofia do
centro educacional. “O papa agia em comunhão com a Doutrina Social da
Igreja e via o ser humano como um todo. Ele mesmo fez teatro e para ele
este era um elemento de desenvolvimento humano, uma semente de paz. Aqui
fazemos isso, valorizamos as potencialidades e criamos oportunidades
para as pessoas se desenvolverem”, explica empolgado o religioso.
Dom Geraldo que esteve 12 anos a frente da arquidiocese
de Salvador, também fala de João Paulo com admiração e alegria por ter
desfrutado de momentos particulares com o papa. O cardeal descreve João
Paulo II como carismático e acolhedor. “Ele era uma pessoa de
acolhimento, tinha sede de estar com o povo. Todos os dias, na missa
pessoal, ele admitia padres, religiosos, leigos e pessoas que se
inscreviam para participar. No final saudava um a um”, relembra com
carinho Dom Geraldo que esteve em alguns destes momentos.
O cardeal também participou de reuniões reservadas sobre
temas diversos com o pontífice e para dom Geraldo o principal exemplo
deixado por João Paulo II é a obediência ao principal mandamento de
Jesus. “Eu tive a satisfação de esta com ele em sua casa, no seu
convívio. Realmente ele viveu o mandamento novo, que é: amai-vos uns aos
outros. Ele é um testemunho disso para nós. É uma lição para
aprendermos e também vivermos na nossa vida cristã”, conclui o arcebispo
emérito.
http://www.arquidiocesesalvador.org.br/destaque/beatificacao-de-joao-paulo-ii-acende-recordacoes-na-bahia
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