No 'Ano da Fé', somos convocados
a reavivar a chama da fé em nosso coração, em nossa caminhada de
cristãos. Em uma sociedade secularizada, que, aos poucos, vai perdendo
as raízes da sua própria identidade cristã, a Carta Apostólica do Papa
Bento XVI, Porta Fidei, é um convite a retornamos às nossas raízes e, assim, vivenciarmos um tempo novo.
Nesta Carta Apostólica, o Papa Bento XVI apresenta um itinerário
espiritual que nos ajuda a vivenciar o 'Ano da Fé' com intensidade e
profundidade. Eis o caminho espiritual proposto pela Carta Apostólica Porta Fidei:
Primeiro passo: acesso exclusivo ao amor de Deus. “A Porta da Fé (cf.
At 14, 27), que nos introduz na vida de comunhão com Deus e permite a
entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós” (PF, 1). Por meio da
fé temos acesso exclusivo a uma vida de intimidade profunda com Deus.
Segundo passo: ajudar nossos irmãos e irmãs a atravessarem o deserto
da secularização para que encontrem Jesus Cristo, fonte da vida que
sacia todas as sedes. “A Igreja, no seu conjunto, e os pastores nela,
como Cristo, devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do
deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para
Aquele que dá a vida em plenitude” (PF, 2). Muitos se encontram
peregrinando por um deserto sem vida. A fé que cultivamos em nosso
coração ajuda-nos a sermos guias para quem se encontra sedento de
Cristo.
Terceiro passo: rezar a Palavra de Deus na vida. "Devemos
readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida
fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de
quantos são seus discípulos” (cf. Jo 6, 51), (PF, 3). Na Palavra de
Deus e na Eucaristia encontramos o alimento necessário que sustenta
nossa alma. É preciso rezarmos essa Palavra em cada momento de nossa
vida.
Quarto passo: testemunharmos o amor de Deus. “A
renovação da Igreja realiza-se também por meio do testemunho prestado
pela vida dos crentes. De fato, os cristãos são chamados a fazer
brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o
Senhor Jesus nos deixou” (PF, 6). Nossa vida deve irradiar a Luz da
Palavra de Deus. Somente quem foi iluminado pela Palavra pode
testemunhar uma vida de luz.
Quinto passo: converter-se no
Senhor. “O Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão
ao Senhor, único Salvador do mundo” (PF,6). É necessário reacender a
chama do nosso primeiro amor por Cristo. E esta chama só poderá ser
acessa se nos convertermos novamente.
Sexto passo: abandonar-se
nas mãos de Deus. “Só acreditando que a fé cresce e se revigora; não há
outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão
abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta
cada vez maior, porque tem a sua origem em Deus” (PF, 7). Geralmente,
queremos que seja feita a nossa vontade, mas poucas vezes nos
abandonamos nas mãos de Deus. Viver o 'Ano da Fé' é abandonar-se
inteiramente nas mãos do Senhor. Confiarmos a Ele nossa vida e tudo o
que temos e somos.
Sétimo passo: redescobrir o valor da
Profissão de Fé. “Não foi sem razão que, nos primeiros séculos, os
cristãos eram obrigados a aprender de memória o Credo. É que este
servia-lhes de oração diária para não esquecerem o compromisso assumido
com o Batismo” (PF, 9). A oração do Creio deve voltar a fazer parte das
nossas orações. É preciso aprofundar naquilo que cremos.
Oitavo passo: estudar o Catecismo. “Para chegar a um conhecimento
sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e
indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos
frutos mais importantes do Concílio Vaticano II” (PF, 11). No Catecismo
da Igreja Católica, encontramos alimento seguro para as questões da fé
que nos inquietam. É preciso saber responder: Por que eu creio? Em que
eu creio?
Nono passo: desenvolver a caridade na vida. “O 'Ano
da Fé' será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho
da caridade. Recorda São Paulo: ‘Agora permanecem estas três coisas: a
fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade’” (1 Cor
13, 13) (PF, 14). A caridade nasce do amor, ela é o amor em ação na
vida.
Décimo passo: viver o 'Ano da Fé' como um itinerário
espiritual. “Possa este 'Ano da Fé' tornar cada vez mais firme a relação
com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o
futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro (PF, 15). Temos a
nossa disposição um programa de vida espiritual rico e profundo para
crescermos na fé e no amor a Cristo e a Igreja.
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Padre Flávio Sobreiro
Pe. Flávio Sobreiro
é Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica
de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do
Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG.
www.facebook.com/oficialflaviosobreiro
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