sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

NORMAS LITÚRGICAS

1. Com respeito ao conjunto das celebrações.

Omite-se sempre o “Aleluia” em toda celebração.

Manda-se suprimir os adornos e flores da igreja, exceto o IV Domingo. (Domingo da alegria em nosso caminho para a Páscoa). Igualmente se suprime a música de instrumentos (exceto o IV Domingo), a não ser que sejam indispensáveis para acompanhar algum canto.

As mesmas expressões de austeridade em flores e música se terão no altar da reserva eucarística e nas celebrações extralitúrgicas, e nas manifestações de piedade popular.

2. Com respeito às celebrações da eucaristia.

Exceto nos domingos e nas solenidades e festas que têm prefácio próprio, cada dia se diz qualquer dos cinco prefácios de Quaresma.

Os domingos se omite o hino do “Glória”. Este hino, diz-se apenas nas solenidades e festas.

Antes da proclamação do evangelho, tanto nas missas do domingo como nas solenidades, festas e feiras, o canto do “Aleluia” se substitui por alguma outra aclamação a Cristo. Contudo, para sublinhar melhor a distinção entre as feriais e os dias festivos, acreditam melhor omitir sempre este canto nos dias feriais. Inclusive nos domingos, é melhor omitir esta aclamação que recitá-la sem canto.

Os domingos não se pode celebrar nenhuma outra missa que não seja a do dia. Nas feriais, assinalada-las no Calendário Litúrgico com a letra (D), existe a possibilidade de celebrar alguma missa distinta da do dia. Se nas feriais quer fazer a memória de algum santo, se substitui a coleta ferial pela do santo. Outros elementos devem ser feriais (inclusive a oração sobre as ofertas e depois da comunhão).

FONTE: http://www.acidigital.com/fiestas/quaresma/tempo.htm

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

LEITURAS BÍBLICAS NA QUARESMA - III PARTE

3. Missas feriais.

Este grupo de leituras tem grande influencia na vida espiritual daqueles cristãos que acostumam a participar ativamente na eucaristia diária. É bom assinalar que o lecionário ferial de Quaresma foi construindo-se ao longo de vários séculos e antes da reforma conciliar sempre foi o mais rico de todo o ano litúrgico. A reforma litúrgica o respeitou por sua antiga tradição e riqueza. Ao haver-se construído com os séculos, sua temática é bastante variada e muito longínqua, portanto, pelo que é uma leitura contínua ou um plano concebido de conjunto, que são as formas às que nos tem acostumados os lecionários saídos da reforma conciliar.

O atual lecionário ferial da missa divide a Quaresma em duas partes: por um lado, temos os dias que vão desde Quarta-feira de Cinzas até sábado da III semana; e por outro, as feriais que discorrem desde segunda-feira de IV semana até o começo do Tríduo Pascal.

1. Na primeira parte da Quaresma (Quarta-feira de Cinzas até na sábado de III semana), as leituras vão apresentando, positivamente, as atitudes fundamentais do viver cristão e, negativamente, a reforma dos defeitos que obscurecem nosso seguimento de Jesus.

Nestas feriais, ambas as leituras revistam ter unidade temática bastante marcada, que insiste em temas como a conversão, o sentido do tempo quaresmal, o amor ao próximo, a oração, a intercessão da Igreja pelos pecadores, o exame de conscientiza, etc.

Nas origens da organização da Quaresma, só havia missa (além disso do Domingo), os dias quarta-feira e sexta-feira. Por este motivo o lecionário de Quaresma privilegia as leituras destes dois dias com leituras de maior importância que as das restantes feriais. Tais leituras costumam ser relativas à paixão e à conversão.

2. Na segunda parte da Quaresma, (a partir da Segunda-feira da IV semana até o Tríduo Pascal), o lecionário mudar de perspectiva: oferece-se uma leitura contínua do evangelho segundo São João, escolhendo sobre tudo os fragmentos nos que se propõe a oposição crescente entre Jesus e os “judeus”.

Esta meditação do Senhor enfrentando-se com o mal, personalizado por São João nos “judeus”, está chamada a fortalecer a luta quaresmal não só em uma linha ascética, mas também principalmente no contexto da comunhão com Cristo, o único vencedor absoluto do mal.

Nestas feriais, as leituras não estão tão ligadas tematicamente uma em relação à outra, mas sim apresentam, de maneira independente, por um lado a figura do Servo do Senhor ou de outro personagem (Jeremias especialmente), que deve ser como imagem e profecia do Salvador crucificado; e, por outro, o desenvolvimento da trama que culminará na morte e vitória de Cristo.

Finalmente é bom indicar que a partir da segunda-feira da semana IV aparece um tema possivelmente não muito conhecido: o conjunto dinâmico que, partindo das “obras” e “palavras” do Senhor Jesus, chega até o acontecimento de sua “hora”. Para não poucos pode ser aconselhável fazer um esforço de meditação continuada nestes evangelhos em sua trama progressiva. Este tema pode resultar muito enriquecedor. Embora se conheçam às vezes os textos, poucas vezes se descoberto o significado dinâmico que une o conjunto destas leituras, conjunto que desemboca na “hora”de Jesus, quer dizer em sua glorificação através da morte que celebramos no Tríduo pascal.

FONTE: http://www.acidigital.com/fiestas/quaresma/tempo.htm

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

LEITURAS BÍBLICAS DA QUARESMA - II PARTE

2. Missas dominicais.

As leituras dominicais de Quaresma têm uma organização unitária, que terá que ter presente na pregação.

As leituras do Antigo Testamento seguem sua própria linha, que não tem uma relação direta com os evangelhos, como o resto do ano. Uma linha importante para compreender a História da Salvação.

Os Evangelhos seguem também uma temática organizada e própria.

E as leituras que se fazem em segundo lugar, as apostólicas, estão pensadas como complementares das anteriores.

A. A primeira leitura tem neste tempo de Quaresma uma intenção clara: apresentar os grandes temas da História da Salvação, para preparar o grande acontecimento da Páscoa do Senhor:

- A criação e origem do mundo (primeiro domingo).

- Abraão, pai dos fiéis (segundo domingo).

- O Êxodo e Moisés (terceiro domingo).

- A história de Israel, centrada sobre tudo em Davi (quarto domingo).

- Os profetas e sua mensagem (quinto domingo).

- O Servo de Yahvé (domingo de Ramos).

Estas etapas se proclamam de modo mais direto no Ciclo A, em seus momentos culminantes.

No Ciclo B se centram sobre tudo no tema da Aliança (com o Noé, com o Abraão, com Israel, o exílio, o novo louvor anunciado por Jeremias).

No Ciclo C, as mesmas etapas se vêem mas bem do prisma do culto (oferendas de primícias, celebração da Páscoa, etc.).

No sexto domingo, ou domingo de Ramos na Paixão do Senhor, invariavelmente se proclama o canto do Servo de Yahvé, por Isaías.

Estas etapas representam uma volta à fonte: a história das atuações salvíficas de Deus, que preparam o acontecimento central: o mistério Pascal do Senhor Jesus. Na pregação terá que levar em conta esta progressão, para não perder de vista o caminho para a Páscoa.

B. A leitura Evangélica tem também sua coerência independente ao longo das seis semanas:

- primeiro domingo: o tema das tentações de Jesus no deserto, lidas em cada ciclo segundo seu evangelista; o tema dos quarenta dias, o tema do combate espiritual.

- segundo domingo: a Transfiguração, lida também em cada ciclo segundo o próprio evangelista; de novo o tema dos quarenta dias (Moisés, Elias, Cristo) e a preparação pascal; a luta e a tentação levam a vida.

- terceiro domingo, quarto e quinto: apresentação dos temas catequéticos da iniciação cristã: a água, a luz, a vida.

No Ciclo A: os grandes temas batismais de São João: a samaritana (água), o cego (luz), Lázaro (vida).

No Ciclo B: tema paralelos, também de São João: o Templo, a serpente e Jesus Servo.

No Ciclo C: temas de conversão e misericórdia: iniciação a outro Sacramento quaresmal-pascal: a Penitência.

Sexto domingo: a Paixão de Jesus, cada ano segundo seu evangelista (reservando a Paixão de São João para a Sexta-feira Santa).

O pregador deve levar em conta esta unidade e ajudar a que a comunidade vá desentranhando os diversos aspectos de sua marcha para a Páscoa, não ficando, por exemplo no tema da tentação ou da penitência, mas sim entrando também aos temas batismais: Cristo e sua Páscoa são para nós a chave da água viva, da luz verdadeira e da nova vida.

C. A segunda leitura está pensada como complemento dos grandes temas da História da Salvação e da preparação evangélica à Páscoa. Temas espirituais, relativos ao processo de fé e conversão e a concretização moral dos temas quaresmais: a fé, a esperança, o amor, a vida espiritual, filhos da luz, etc.

FONTE: http://www.acidigital.com/fiestas/quaresma/tempo.htm

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

LEITURAS BÍBLICAS DA QUARESMA - I PARTE

1. Visão de conjunto.

Desde o primeiro momento é bom assinalar o fato de que neste tempo a temática dos diversos sistemas de leituras é muito mais variada que nos outros ciclos litúrgicos. Embora todos os lecionários deste tempo tenham uma cortina de fundo comum, a renovação da vida cristã pela conversão, esta temática se presente desde ópticas muito diversas, cada uma das quais tem seus matizes próprios e distintos. Se esta diversidade de enfoques se esquecer, se unificar e reduz o conjunto a uma temática única, muitas das leituras litúrgicas passarão, virtualmente, desapercebidas; fenômeno este que infelizmente ocorre mais de uma vez.

Devemos, pois, sublinhar em primeiro lugar que a característica principal das leituras de Quaresma não estriba tanto na “novidade” de umas leituras que se vão descobrindo graças aos lecionários conciliares, quanto na abundância de linhas concomitantes que é preciso unir espiritualmente, de modo que cada uma delas contribua sua contribuição à renovação quaresmal de quem usa os citados lecionários.

A atitude fundamental frente às leituras quaresmais deve ser, sobre tudo, a de uma escuta repousada e penetrante que ajude a que o espírito se vá impregnando progressivamente dos critérios da fé, há vezes suficientemente conhecidos, mas não suficientemente interiorizados e feitos vida.

Não se trata de “meditações” mais ou menos intelectualizantes, como de uma contemplação “gozosa”do Plano de Deus sobre a pessoa humana e sua história, e de uma escuta atenta frente ao chamado de Deus a uma conversão que nos leve a paz e à felicidade.

No conjunto dos Lecionários quaresmais emergem com facilidade algumas linhas de força nas que deve centrar a conversão quaresmal. Esta conversão esta muito longe de limitar-se a um mero melhoramento moral. É mas bem uma conversão radical a Cristo, o Homem novo, para existir nele (ver Col 2,7).

Está linhas de força são as seguintes:

A. A meditação na história da salvação: realizada por Deus-Amor em favor da pessoa humana criada a sua imagem e semelhança. Devemos “nos converter” de uma vida egocêntrica, onde o ser humano vive encerrado em sua mentira existencial, a uma vida de comunhão com o Senhor, o Caminho, a Verdade e a Vida, que nos leva a Pai no Espírito Santo.

B. A vivência do mistério pascal como culminação desta história Santa: devemos “nos converter”da visão de um Deus comum a todo ser humano, à visão do Deus vivo e verdadeiro que se revelou plenamente em seu único Filho, Cristo Jesus e em sua vitória pascal presente nos sacramentos de sua Igreja: “Tanto amou Deus ao mundo que deu a seu Filho único, para que tudo o que nele crer não pereça, mas sim tenha vida eterna”(Jo 3,16).

C. O combate espiritual, que exige a cooperação ativa com a graça em ordem a morrer ao homem velho e ao próprio pecado para dar passo à realidade do homem novo em Cristo. Em outras palavras, a luta pela santidade, exigência que recebemos no santo Batismo.

Estas três linhas devem propor-se todas em simultâneo. A primeira linha de força – a meditação da História da Salvação - temo-la principalmente nas leituras do Antigo Testamento dos domingos e nas leituras da Vigília Pascal. A segunda – a vivência do mistério pascal como culminação da história Santa -, nos evangelhos dos domingos III, IV e V (os sacramentais pascais) e, pelo menos em certa maneira, nos evangelhos feriais a partir da segunda-feira da semana IV (oposição de Jesus ao mal –“os judeus”- que termina com a vitória pascal de Jesus sobre a morte, mal supremo). A terceira linha – o combate espiritual, a vida em Cristo, a vida virtuosa e Santa - aparece particularmente nas leituras apostólicas dos domingos e no conjunto das leituras feriais da missa das três primeiras semanas.

Vale a pena sublinhar que as três linhas de força de que vamos falando se acham, com maior ou menor intensidade, ao alcance de todos os fiéis: dos que só participam da missa dominical aos que tomam parte além na eucaristia dos dias feriais. Com intensidades diversas mas com um conteúdo fundamentalmente idêntico, todos os fiéis bebem, através da liturgia quaresmal, em uma fonte que lhes convida à conversão sob todos seus aspectos.

FONTE: http://www.acidigital.com/fiestas/quaresma/tempo.htm

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

TEMPO DA QUARESMA - V PARTE

5. Solenidades, festas e memórias durante a Quaresma.

Outro ponto que deve cuidar-se é o das maneiras de celebrar as festas do Santoral durante a Quaresma. O fator fundamental consiste em procurar que a Quaresma não fique obscurecida por celebrações alheias à mesma. Precisamente para obter este fim, o Calendário romano procurou afastar deste tempo as celebrações dos Santos.

De fato durante todo o longo período quaresmal, só se celebram um máximo de quatro festividades (além de alguma solenidade ou festa dos calendários particulares): São Cirilo e São Metódio (14 de fevereiro); a Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro); São José, casto esposo da Virgem Maria (19 de março) e a Anunciação do Senhor (25 de março). Em todo caso na maneira de celebrar estas festas não deverá dar a impressão de que se “interrompe a Quaresma”, mas sim terá que inscrever estas festas na espiritualidade e a dinâmica deste tempo litúrgico.

Com respeito à memória dos Santos, terá que recordar que durante a Quaresma todas elas são livres e se se celebrarem, deve-se fazer com ornamentos roxos, e do modo como indicam as normas litúrgicas.

FONTE: http://www.acidigital.com/fiestas/quaresma/tempo.htm

domingo, 22 de fevereiro de 2015

TEMPO DA QUARESMA - IV PARTE

4. O lugar da celebração.

Deve-se procurar a maior austeridade possível, tanto para o altar, o presbitério, e outros lugares e elementos celebrativos. Unicamente se deve conservar o que for necessário para que o lugar seja acolhedor e ordenado. A austeridade dos elementos com que se apresenta nestes dias a igreja (o templo), contraposta à maneira festiva com que se celebrará a Páscoa e o tempo pascal, ajudará a captar o sentido de passagem” (páscoa = passagem) que têm as celebrações deste ciclo.

Durante a Quaresma há que suprimir as flores (as que podem ser substituídas por plantas ornamentais), os tapetes não necessários, a música instrumental, a não ser que seja de tudo imprescindível para um bom canto. Uma prática que em algumas Igrejas poderia ser expressiva é a de cobrir o altar, fora da celebração eucarística, com um pano de tecido roxo.

Finalmente é preciso lembrar que a mesma austeridade em flores e adornos deve também aplicar-se ao lugar da reserva eucarística e à bênção com o Santíssimo, pois deve haver uma grande coerência entre o culto que se dá ao Santíssimo e a celebração da missa. La mesma coerência deve manifestar-se entre a liturgia e as expressões da piedade popular. Assim, pois, tampouco cabem elementos festivos, durante os dias quaresmais e de Semana Santa, nem no altar da reserva nem na exposição do Santíssimo.

FONTE: http://www.acidigital.com/fiestas/quaresma/tempo.htm

sábado, 21 de fevereiro de 2015

TEMPO DA QUARESMA - III PARTE

3. Estruturas do tempo de Quaresma.

Para poder viver adequadamente a Quaresma é necessário esclarecer os diversos planos ou estruturas em que se move este tempo.

Em primeiro lugar, é preciso distinguir a “Quaresma dominical”, com seu dinamismo próprio e independente, da “Quaresma das ferias”.

A. A “Quaresma dominical”.

Nela se distinguem diversos blocos de leituras. Além disso o conjunto dos cinco primeiros domingos, que formam como uma unidade, contrapõem-se ao último domingo – Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, que forma mas bem um todo com as feiras da Semana Santa, e inclusive com o Tríduo Pascal.

B. A “Quaresma ferial”.

Cabe também assinalar nela dois blocos distintos:

- O das Ferias das quatro primeiras semanas, centradas sobre tudo na conversão e a penitência.

- E o das duas últimas semanas, no que, a ditos temas, sobrepõe-se, a contemplação da Paixão do Senhor, a qual se fará ainda mais intensa na Semana Santa.

Ao organizar, pois, as celebrações feriais, terá que distinguir estas duas etapas, sublinhando na primeira os aspectos de conversão (as orações, os prefácios, as preces e os cantos da missa ajudarão a isso).

E, a partir da segunda-feira da V Semana, mudando um pouco o matiz, quer dizer, centrando mais a atenção na cruz e na morte do Senhor (sobre tudo as orações da missa e o prefácio I da Paixão do Senhor, tomam este novo matiz).

No fundo, há aqui uma visão teologicamente muito interessante: a conversão pessoal, que consiste no passado do pecado à graça (santidade), incorpora-se com um “crescendo” cada vez mais intenso, à Páscoa do Senhor: é só na pessoa do Senhor Jesus, nossa cabeça, onde a Igreja, seu corpo místico, passa da morte à vida.

Digamos finalmente que seria muito bom sublinhar com maior intensidade as ferias da última semana de Quaresma – a Semana Santa - nas que a contemplação da cruz do Senhor se faz quase exclusivamente (Prefácio II da Paixão do Senhor). Para isso, seria muito conveniente que, nesta última semana ficassem alguns sinais extraordinários que recalcassem a importância destes últimos dias. Embora as rubricas assinalam alguns destes sinais, como por exemplo o fato que estes dias não se permite nenhuma celebração alheia (nem que se trate de solenidades); a estes sinais terá que somar alguns de mais fácil compreensão para os fiéis, para evidenciar assim o caráter de suma importância que têm estes dias: por exemplo o canto da aclamação do evangelho; a bênção solene diária ao final da missa (bênçãos solenes, formulário “Paixão do Senhor”); uso de vestimentas roxas mais vistosas, etc.

FONTE: http://www.acidigital.com/fiestas/quaresma/tempo.htm

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

TEMPO DA QUARESMA - II PARTE

2. Sentido da Quaresma.

O primeiro que devemos dizer ao respeito é que a finalidade da Quaresma é ser um tempo de preparação à Páscoa. Por isso se está acostumado a definir à Quaresma, “como caminho para a Páscoa”. A Quaresma não é portanto um tempo fechado em si mesmo, ou um tempo “forte” ou importante em si mesmo.

É mas bem um tempo de preparação, e um tempo “forte”, assim que prepara para um tempo “mais forte” ainda, que é a Páscoa. O tempo de Quaresma como preparação à Páscoa se apóia em dois pilares: por uma parte, a contemplação da Páscoa de Jesus; e por outra parte, a participação pessoal na Páscoa do Senhor através da penitência e da celebração ou preparação dos sacramentos pascais – batismo, confirmação, reconciliação, eucaristia, com os que incorporamos nossa vida à Páscoa do Senhor Jesus.

Nos incorporar ao “mistério pascal” de Cristo supõe participar do mistério de sua morte e ressurreição. Não esqueçamos que o Batismo nos configura com a morte e ressurreição do Senhor. A Quaresma procura que essa dinâmica batismal (morte para a vida) seja vivida mais profundamente. trata-se então de morrer a nosso pecado para ressuscitar com Cristo à verdadeira vida: “Eu lhes asseguro que se o grão de trigo…morre dará fruto” (Jo 20,24).

A estes dois aspectos terá que acrescentar finalmente outro matiz mais eclesiástico: a Quaresma é tempo apropriado para cuidar a catequese e oração das crianças e jovens que se preparam à confirmação e à primeira comunhão; e para que toda a Igreja ore pela conversão dos pecadores.

FONTE: http://www.acidigital.com/fiestas/quaresma/tempo.htm

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

TEMPO DA QUARESMA - I PARTE

1. Um tempo com características próprias.

A Quaresma é o tempo que precede e dispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recurso mais freqüente às “armas da penitência cristã”: a oração, o jejum e a esmola (ver MT 6,1-6.16-18).

De maneira semelhante como o antigo povo de Israel partiu durante quarenta anos pelo deserto para ingressar na terra prometida, a Igreja, o novo povo de Deus, prepara-se durante quarenta dias para celebrar a Páscoa do Senhor. Embora seja um tempo penitencial, não é um tempo triste e depressivo. Trata-se de um tempo especial de purificação e de renovação da vida cristã para poder participar com maior plenitude e gozo do mistério pascal do Senhor.

A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Este caminho supõe cooperar com a graça, para dar morte ao homem velho que atua em nós. Trata-se de romper com o pecado que habita em nossos corações, nos afastar de todo aquilo que nos separa do Plano de Deus, e por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal.

A Quaresma é um dos quatro tempos fortes do ano litúrgico e isso deve ver-se refletido com intensidade em cada um dos detalhes de sua celebração. Quanto mais forem acentuadas suas particularidades, mais frutuosamente poderemos viver toda sua riqueza espiritual.

Portanto é preciso se esforçar, entre outras coisas:

- Para que se capte que neste tempo são distintos tanto o enfoque das leituras bíblicas (na Santa missa praticamente não há leitura contínua), como o dos textos eucológicos (próprios e determinados quase sempre de modo obrigatório para cada uma das celebrações).

- Para que os cantos, sejam totalmente distintos dos habituais e reflitam a espiritualidade penitencial, própria deste tempo.

- Por obter uma ambientação sóbria e austera que reflita o caráter de penitencia da Quaresma.

FONTE: http://www.acidigital.com/fiestas/quaresma/tempo.htm

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

MISSA

18:00 NA COMUNIDADE DE SANTO ANTÔNIO
19:30 NA IGREJA MATRIZ SANTA ROSA DE LIMA


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA

"Deus tem a peito cada um de nós,  conhece-nos pelo nome, cuida de nós e vai à nossa  procura, quando O deixamos, porque quer levar-nos de novo para Ele; esta é a constatação da qual parte a Mensagem do Santo Padre para a Quaresma de 2015, este ano intitulada "fortalecei os vossos corações”
Insistindo nesta verdade consoladora, o Papa convida-nos a acolher o amor de Deus que sempre nos precede. Ele, de facto, nada nos pede que antes não no-lo tenha dado: "Nós amamos porque Ele nos amou primeiro", diz o Papa citando a primeira carta de S. João. E como o Senhor, em virtude do seu amor, não é indiferente para connosco e para aquilo que nos acontece, assim também nós somos chamados a cuidar dos que nos rodeiam, a dar de volta este amor que recebemos dele a todos os que Ele coloca no nosso caminho, interessando-nos deles, especialmente os que passam por dificuldades.
E é exatamente quando estamos bem que  inevitavelmente nos acontece de esquecermos os outros. Saciados dos nossos confortos, na nossa comodidade não conseguimos ver os seus problemas, os seus sofrimentos e as injustiças de que são vítimas; "então, o nosso coração cai na indiferença", naquela tentação do Maligno que hoje é cada vez mais frequente, ao ponto de atingir  uma dimensão mundial; e por isso o Papa fala dessa atitude egoísta como uma globalização da indiferença.
Somente aquele que se deixou lavar os pés por Jesus pode ter "parte" com Ele – continua o Papa Francisco na mensagem – ou seja, pode participar no seu cuidado para com o homem. Pelo contrário, Em vez disso, o cristão que não fez a experiência de Jesus a lavar-lhe os pés, isto é, o amor carinhoso com o qual Ele se inclina para a nossa pobre humanidade, acaba por permanecer voltado para si mesmo, fechado na indiferença em relação aos que o rodeiam. Precisamos de nos deixar lavar os pés pelo Senhor, de fazer experiência do seu amor que cura e ao mesmo tempo a experiência do nosso deixar-nos amar por Ele, e isto pode acontecer novamente também hoje através da Igreja; é na Igreja que o cristão pode permitir que Deus o revista da sua bondade e misericórdia, de modo a ser capaz de lavar os pés aos outros, capaz de se colocar ao serviço de Deus e dos homens.
A profunda solidariedade que os cristãos são chamados a manifestar entre eles, principal antídoto à indiferença, baseia-se no conhecimento de que todos são membros do mesmo corpo, que é a Igreja. Porque quem é de Cristo pertence a um só corpo e nele não se pode indiferentes uns dos outros. Se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; e se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele"(1 Cor 12,26).
Eis, pois, traçado o caminho para a vida das nossas comunidades e paróquias. Fazendo-nos algumas perguntas, o Papa indica o percurso a seguir nesta Quaresma: "Consegue-se nessas realidades eclesiais fazer experiência de fazer parte de um só corpo? Um corpo que ao mesmo tempo recebe e partilha o que Deus quer dar? Um corpo, que conhece e cuida os seus membros mais fracos, pobres e pequenos? Ou nos refugiamos num amor universal, que se empenha lá longe no mundo, mas se esquece do pobre Lázaro sentado diante da própria porta fechada? "Tal caminho de caridade concreta ao qual somos chamados como comunidades cristãs, está ligado o caminho da união com a Igreja do Céu através da oração, de modo a estabelecer entre a Igreja terrena e a Igreja celestial "uma comunhão de serviço recíproco e do bem que chega aos olhos de Deus" Tanto a Igreja terrena como a Igreja gloriosa, diz o Papa, colaboram para garantir que nenhum homem na terra sofra ou gema, para deste modo levar à plenitude no céu a alegria pela vitória do amor crucificado, nas palavras de Santa Teresa de Lisieux, Doutora da Igreja.
Por outro lado, conclui o Papa, a Igreja é missionária por natureza, ou seja, ela é enviada a todos os homens, e não a voltar-se para si mesma;  mais uma vez cada comunidade cristã é chamada a passar o limiar que a separa da sociedade que a rodeia, dos pobres e dos distantes. E da mesma forma, mesmo como indivíduos, somos chamados a vencer a tentação da indiferença por meio da oração, gestos de caridade, de modo que o nosso coração se converta cada vez mais ao Senhor e por Ele seja feito forte e misericordioso, vigilante e generoso, isto é, não  mais fechado em si mesmo. (BS)

FONTE: http://pt.radiovaticana.va/news/2015/01/27/mensagem_do_papa_francisco_para_a_quaresma_2015/1120174

domingo, 15 de fevereiro de 2015

FAÇA DO CARNAVAL UM ESPETÁCULO DIFERENTE EM SUA VIDA

Daremos um espetáculo diferente, mas transformador

Nosso povo gosta de festas e de se divertir, como os dias passados nos mostraram o ensaio de Carnaval, ou tudo o que acontecerá neste final de semana e até a terça-feira. Em muitos lugares, esta é uma ocasião para espalhar pelas ruas as críticas sociais, inclusive aos políticos que nós mesmos elegemos e cujos nomes até já escaparam de nossa memória.

Para tantas pessoas, carnaval é tempo para desafogar as mágoas acumuladas, para “tudo acabar na quarta-feira”. Não pouca gente abusará de bebidas, drogas, sexo desenfreado. Pode acontecer que aumente a violência, os crimes e acidentes se multipliquem. Para muitas famílias, é ocasião para uma agradável viagem, cultivo do relacionamento, descanso sadio.

Por todo o Brasil multiplicam-se ainda os encontros e retiros espirituais, nos quais uma porção considerável da população se dedica à oração, escuta e meditação da Palavra de Deus, formação e um pouco de diversão, sem os excessos correntes. Seja qual for a opção que fizermos, é bom pensar nas consequências, a fim de que o último dia de carnaval não deixe o gosto amargo do pecado, pois o divertimento é legítimo e importante!

O sadio equilíbrio no uso do tempo indica que deveríamos dividir em três partes o tempo do dia que nos é dado pelo Senhor, a saber, oito horas para o trabalho, oito horas para o sono e oito horas para outras atividades. Certa vez, um sábio Diretor Espiritual me aconselhou dedicar pelo menos a décima parte das vinte e quatro horas do dia à oração, em suas várias formas, como um dízimo diário a ser devolvido ao Senhor, para não acumular atividades que esgotem as capacidades humanas e não correspondam à grande dignidade com que Deus nos criou.

Certamente existem outras propostas para a organização do tempo, a serem seguidas de acordo com os valores que norteiam a vida das pessoas. Homens e mulheres muito santos e equilibrados foram capazes de fazer muito e com competência, nas respectivas áreas de atividades e competência, aprendendo e ensinando, ao formar discípulos na arte do bem viver, a disciplina pessoal, o uso adequado das forças físicas, o sustento da mente que passa pelos bons pensamentos, boas leituras e bons ambientes. Por outro lado, quantas foram as vezes em que nos foi recomendado não perder tempo, fugir da ociosidade, que é mãe de tantos vícios, planejar, rever, avaliar, reconhecer com humildade e realismo os erros e acertos, pedir perdão, recomeçar! São atitudes humanas a serem fecundadas com a unção de uma vida cristã autêntica, que não cancela, mas revigora, tudo o que é “de gente”.

Permitamo-nos verificar de forma crítica o que atualmente nos é oferecido, por exemplo, pelos Meios de Comunicação. Se temos excelentes jornalistas e analistas da situação social e política, no entretenimento nosso país vive uma estação fraca de bons humoristas. Não sei se existe hoje um programa televisivo nesta área que possa ser visto sem que pelo menos um pouco de vergonha apareça em nosso rosto. Pena é que muitas vezes as pessoas prefiram ficar “amarelas” de acomodamento ou de omissão! E que dizer do atual e deprimente espetáculo de pornografia deslavada que entra em nossas casas durante este período do ano, com um programa cujo nome nem merece ser citado por quem deseja cultivar um mínimo de dignidade. E a participação do público votante nas várias etapas não é melhor do que vem diretamente do meio de comunicação.

Podemos ampliar o leque, se quisermos fazer um levantamento dos filmes e novelas disponíveis. Como se sabe que sexo e violência “vendem”, continua a exploração das várias faixas da população, todas envolvidas até transbordarem em moda, trejeitos, costumes de vida.

Seríamos nós da Igreja adeptos da censura? Desejaríamos fazer uma cruzada pelo bem vestir, o bem falar e o bem agir? Interessa-nos uma camisa de força a ser oferecida aos pais e mães? É claro que este não é o caminho.

Há alguns dias o Papa Francisco perguntou com sabedoria: “O problema nos nossos dias não parece ser tanto a presença invasiva dos pais, mas ao contrário a sua ausência, o seu afastamento. Por vezes os pais estão tão concentrados em si mesmos e no próprio trabalho ou então nas próprias realizações pessoais, que se esquecem até da família. E deixam as crianças e os jovens sozinhos. Muitas vezes perguntava aos pais se brincavam com os seus filhos, se tinham a coragem e o amor de perder tempo com os filhos. E a resposta era feia, na maioria dos casos: ‘Mas, não posso, porque tenho tanto trabalho’. E o pai estava ausente daquele filho que crescia, não brincava com ele, não, não perdia tempo com ele… Gostaria de dizer a todas as comunidades cristãs que devemos estar mais atentos: a ausência da figura paterna da vida das crianças e dos jovens causa lacunas e feridas que podem até ser muito graves. Com efeito os desvios das crianças e dos adolescentes em grande parte podem estar relacionados com esta falta, com a carência de exemplos e de guias respeitáveis na sua vida de todos os dias, com a falta de proximidade, com a carência de amor por parte dos pais. É mais profundo de quanto pensamos o sentido de orfandade que vivem tantos jovens. São órfãos na família, não dão aos filhos, com o seu exemplo acompanhado pelas palavras, aqueles princípios, aqueles valores, aquelas regras de vida das quais precisam como do pão… É verdade que deves ser companheiro do teu filho, mas sem esquecer que és o pai! Se te comportas só como um companheiro igual ao teu filho, isto não será bom para o jovem… E vemos este problema também na comunidade civil. Os jovens permanecem órfãos de caminhos seguros para percorrer, órfãos de mestres nos quais confiar, órfãos de ideais que aqueçam o coração, órfãos de valores e de esperanças que os amparem diariamente. Talvez sejam ídolos em abundância mas é-lhes roubado o coração; são estimulados a sonhar divertimentos e prazeres, mas não lhes é dado trabalho; são iludidos com o deus dinheiro, mas são-lhes negadas as verdadeiras riquezas” (Audiência Geral do dia 28 de janeiro de 2015). A resposta do Papa é uma luz impressionante, para que ninguém se lamente, como muitos pais e mães o fazem em nossos dias.

Parece um refrão repetido, mas não há outra estrada, senão começar em casa, de novo, a formar, educar para as escolhas a serem feitas, ensinar a rezar, amar de verdade. E um caminho simples é o da vivência da Palavra de Deus, pouco a pouco, sem pressa. Daremos um espetáculo diferente, quem sabe, silencioso, mas transformador. Comece de novo em casa!

FONTE: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/faca-do-carnaval-um-espetaculo-diferente-em-sua-vida/

Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

CARNAVAL PRAZER E ALEGRIA?

O início do carnaval traz a busca frenética pelo prazer e pela alegria

A Bíblia afirma que “a alegria do coração é a vida do homem, é um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a vida dele” (Eclo 30,22-26). São Francisco de Sales dizia que “um cristão triste é um triste cristão”. A alegria verdadeira brota de um coração puro, que ama a Deus e ao próximo, tem a consciência tranquila e sabe que está nas mãos do Senhor.

Mas o mundo confunde alegria com prazer, quando, na verdade, não são a mesma coisa. Prazer é a satisfação do corpo; alegria é a satisfação da alma. Há prazeres justos e até necessários, como o sabor que Deus colocou nos alimentos, o prazer do ato sexual do casal unido pelo matrimônio. Mas há também prazeres injustos, por isso, pecaminosos, quando se busca a satisfação do corpo apenas como um fim: a bebida, o sexo fora ou antes do casamento, as drogas, as aventuras que põem a vida em risco etc.

Isso acontece quando se abusa da liberdade e se usa mal as coisas boas. Isso tem nome: libertinagem. Por exemplo, pode ser um gesto de alegria beber um copo de vinho com os amigos, mas pode se tornar um gesto de prazer desordenado se houver o abuso da bebida e se chegar à embriaguez. O mal quase sempre é o uso mau, o abuso das coisas boas. Quantos crimes e acidentes acontecem por causa dessas libertinagens!

Está chegando mais um carnaval, tempo que para muitos se transformou em liberação de todos os instintos, busca frenética da “alegria” e do prazer. Mas o prazer ilícito, quando passa, deixa gosto de morte. A distorção da alegria nessa festa pode se transformar em sofrimento para a própria pessoa e para os outros, porque sabemos que “o salário do pecado é a morte” (cf. Rm 6,23).

Não pense que você pode ser feliz no pecado, porque isso é uma ilusão.

A tentação nos oferece o pecado, assim como uma maçã envenenada, mas caramelada. É mais ou menos como o terrível anzol que o peixe abocanha, porque está escondido dentro da isca. Depois de abocanhar a isca, de sentir o “prazer” rápido que ela lhe dá, o peixe sente o gosto da morte no anzol que o fisga.

O mesmo acontece com quem se entrega, no carnaval, aos prazeres da carne: o sexo a qualquer custo, a prática da homossexualidade, o uso das drogas, o abuso da bebida e os gestos de violência. O que tudo isso gera depois? Sabor de morte. Depois que rapidamente tudo isso passa, vem o vazio e a tristeza.

Temos visto um espetáculo deprimente nos últimos carnavais: as próprias autoridades, querendo impedir a Aids, acabam fomentando o pecado. Os governos da união e dos estados distribuem amplamente a famigerada “camisinha” para que os foliões brinquem, gozem, mas sem o perigo de se contaminarem. Preserva-se o corpo e mata-se a alma; defende-se o prazer e a orgia e afunda-se a moral; lança-se o povo nos antigos bacanais gregos. Ora, o correto é ensinar os jovens a viver o sexo no lugar certo, no casamento, e não estimulá-los fora de hora.

Será que não temos algo melhor para dar aos nossos jovens e a nosso povo? Quantas crianças são geradas nas relações sexuais que acontecem nos carnavais! O que acontece depois? Algumas dessas podem ser abortadas; outras se tornam filhos de uma mãe que vai criar e educar o filho sozinha. Isso não é justo, porque toda criança que vem a este mundo tem o direito de ter um pai, uma mãe, de um lar, de ser amada e desejada; e não ser apenas o fruto de uma transa tresloucada.

O mal é o abuso daquilo que é bom. Se nós abusamos do bem, da comida, da bebida, do sexo fora do casamento, tudo isso se tornará um mal e trará consequências negativas; isso não é uma alegria autêntica. O sexo é lindo dentro do plano de Deus, mas se o tirarmos de dentro do plano divino, ele poderá ser causa de tristeza, adultério e doenças.

No pecado, encontramos o caminho da morte; na virtude, encontramos o caminho da paz.

Nossa vida é consequência de nossas escolhas e nossos atos. São Paulo disse claramente aos gálatas: “Não erreis, de Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear, isso também colherá. O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6,8).

Quem faz do período carnavalesco uma oportunidade de extravasar os baixos instintos, colherá, sem dúvida, a tristeza depois. Quem dele se aproveitar para fazer o bem, colherá a alegria. Há um ditado popular que diz assim: “Fazer o bem sem olhar a quem”. A verdadeira alegria nasce de fazer o bem; quanto mais bem você o faz às pessoas, mais será feliz.

O pecado é perfumado e se apresenta a você na hora da sua fragilidade. Cuidado! Santo Agostinho afirmava: “A sua tristeza são os seus pecados; deixe que a santidade seja sua alegria”. Eu lhe dou a receita: vigie e ore. Os pecados entram pelas janelas da alma, que são os sentidos. Então, feche seus olhos, sua boca e suas mãos se você sabe que, por meio deles, pode chegar ao pecado.

Os dias de carnaval nos oferecem grandes oportunidades para pecar, tanto nas ruas como na televisão, na internet e nos clubes. Mas não é nisso que reside a verdadeira alegria, esta pode ser encontrada no convívio saudável do lar com os filhos, na igreja, na leitura de bons livros e da Palavra de Deus, num tempo mais dedicado à oração, no ouvir uma boa pregação, num gesto de caridade a uma pessoa que precisa de você.

FONTE: http://formacao.cancaonova.com/capa-do-portal/carnaval-prazer-e-alegria/

Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino

FOTOS DO CARNAVAL